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domingo, 22 de julho de 2012

O DÍZIMO DO IRMÃO VIRGÍLIO OMITO.


O DÍZIMO DO IRMÃO VIRGÍLIO OMITO.
SP 22/07/2012.

Há fatos que nunca esquecemos e o que nos leva a estar sempre lembrando é a importância que o mesmo tem na nossa vida.

Por volta do ano de 1967 na igreja Assembleia de Deus no Bairro de Vila Carolina, São Paulo, contava-se entre os membros, o irmão Virgílio Omito a época, com aproximadamente uns 80 anos de idade e morava cerca de cinco quarteirões da igreja, mas, para ele que andava, já, praticamente arrastando os pés, devia representar o dobro dessa distância.

Irmão Virgílio Omito, não tinha outra renda, exceto a que conseguia na feira, vendendo os canecos de lata que produzia e com certeza, não era de latinhas de bebida, pois estas, surgiram muitos anos depois.

O meu trabalho como cooperador, era visitar, assistir pessoas que não podiam ir à igreja e na hora culto, recolher as contribuições ofertadas além dos dízimos.

O que me causava muita emoção era no domingo pela manhã, no culto de celebração da Ceia do Senhor, quando o irmão Virgílio Omito chegava ao culto e seu primeiro gesto era me pedir um envelope para colocar ali seu dízimo e com muita simplicidade, porém, com palavras sinceras de um crente, ele me dizia: Irmão, graças a Deus, vendi Cr$ 17,00 (Dezessete cruzeiros) e aqui está o meu dízimo, Cr$ 1,70.

Lembro-me como aquele gesto sincero me comovia e essa é a razão de nunca ter esquecido, do dízimo do irmão Virgílio Omito. Naquele tempo, o máximo que se dizia do dízimo é que o crente fiel e dizimista, era sempre muito abençoado, não havia promessa de riquezas nem de pisar o Diabo por conta disso.

Quanto a ser abençoado, nunca duvidei. Lembro-me que gerenciava o novo departamento de informática da empresa, nos anos 70 e era o responsável pela compra de material personalizado. Certa vez, recebi a visita de uma vendedora que trabalhava para uma grande empresa e querendo ensaiar uma conversa, comecei falando de fé. Ela tomou a palavra e disse-me: A fé é muito importante, veja, minha mãe mora no interior, ela ganha uma pequena aposentadoria, a primeira coisa que ela faz é separar o dízimo e entrega-lo à igreja, acredite que com o que sobra, ela viaja para visitar os filhos, tem seus gastos e ainda sobra dinheiro para dar a alguém quando precisa. Eu logicamente, pensei, perdi a chance, pois acredito que esteja falando com alguém que já é evangélica e perguntei com a maior simplicidade, porém, com interesse: Qual igreja sua mãe frequenta e a resposta me deixou atônito, pois não sabia naquele tempo que a Igreja Católica, recebia dízimos; minha mãe é católica.

Sabe-se que infelizmente, existe de tudo no nosso meio; pastor que associa dízimo com salvação, com maldições e outros que penduravam os nomes dos dizimistas no mural da igreja como também, cresceu nos últimos tempos, o movimento que associa o dízimo com a prosperidade.  O dízimo, sempre foi para mim, um ato de amor à obra do Senhor, não estando associado a nada nesta dispensação, exceto, as bênçãos espirituais que tornam a vida do crente, mais feliz e cheia de paz pela fidelidade e zelo.

Fatos como esse e outro publicado no meu blog, “O Dízimo da Irmã Mariazinha”,  sempre me levou a tratar dos recursos da igreja com muito temor. Certamente, naquele dia, o dono da obra, pedirá o devido ajuste das contas.


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